quinta-feira, 22 de março de 2007

Agora sai.

Após dois séculos de sonhos emancipatórios da gente do sertão maranhense e de vinte anos do projeto do Maranhão do Sul em tramitação no Congresso Nacional, começo a ter certeza de que o novo estado está nascendo mesmo.

O primeiro indicativo é o projeto alternativode de creto legislativodo SenadorEdison Lobão que autoriza a Justiça Eleitoral a consultar a população do Maranhão, em plebiscito, se deseja o desmenbramento do Maranhão em nova unidade federativa.

O que há de novo nesse projeto do Lobão, se já existe projeto igual do Deputado Sebastião Madeira, em tramitação na Câmara dos Deputados?

O novo e alvissareiro é a identidade política do Senador Lobão. Trata-se de um ex-governador do Maranhão com fortes vínculos com o grupo Sarney. Daí a inferência que além dele próprio, Roseana, Sarney e Cafeteira, todos senadores e ex-governadores estão também de acordo com a criação do Maranhão do Sul.

Todos sabem que seria difícil uma decisão política desse porte sem o consenso dos grandes líderes do Maranhão. Portanto, se não há oposição à idéia, por que não acreditar que agora sai o Maranhão do Sul?

A segunda razão de minha crença na seriedade do projeto nasce da leitura da primeira página do jornal "O Estado do Maranhão", edição de domingo, 18 de março: Maranhão do Sul pode fazer eleições gerais já em 2010. O órgão de imprensa que assim divulga e opina é o maior jornal do Maranhão, de propriedade dos Sarney. O jornal está engajado. A família Sarney também está. Faço fé.

O terceiro motivo de confiança está também no jornal O Estado do Maranhão. Antônio Carlos Lima, brilhante jornalista e escritor, se dá ao trabalho de dizer que é contra o Maranhão do Sul porque não quer perder a cidadania maranhense para acrescentar o prefixo sul ao seu novo gentílico, ele que é nascido em São Raimundo das Mangabeiras, cidade sul-maranhense.

Jurivê de Macedo, igualmente ilustre jornalista de O Estado, também nunca aceitou ser chamado de tocantinense, natural de Porto Nacional, no coração do Estado doTocantins. Prefere se declarar goiano, como estava acostumado. Mas isso não impediu que se criasse o Estado do Tocantins, com o sucesso que tem e do qual Jurivê impa de orgulho.

Eu também, como Antônio Carlos Lima, sou sul-maranhense e gostarei de assim poder me declarar.

Se o ilustre jornalista, com as informações privilegiadas que tem, em claro protesto, proclama que o Maranhão é indivisível é porque ele vai mesmo ser dividido. Até porque nenhum estado é indivisível, segundo a Constituição que diz que o povo é quem decide pela redivisão territorial do Brasil.

A divisão em estados federados é administrativa e confere simples naturalidade aos brasileiros de cada uma de suas 27 regiões. A unidade territorial nacional garante a nacionalidade brasileira, esta sim, irrenunciável e por ela juramos lutar até a morte. Isso é simples truismo, ilustre jornalista, mas serve para dizer que o Maranhão pode e precisa ser dividido.

A quarta razão de convicção é talvez a mais forte. O Governador Jackson Lago afirma que é a favor da divisão do Maranhão simplesmente porque que ela é boa para os dois lados. O jornal de Imperatriz, O Progresso, de ontem, noticia a visita do Governador Jackson Lago, em companhia do Deputado Sebastião Madeira, ao presidente da Câmara dos Deputados a fim de solicitar urgência na aprovação do plebiscito sobre o Maranhão do Sul.

Se as duas correntes políticas dominantes no Maranhão são a favor e o povo faz o clamor pela divisão, é acreditar que finalmente veremos o sul do Maranhão transformado em novo estado, uma região vocacionada para o desenvolvimento e o crescimento econômico.

Se você acredita, leitor, opine sobre essa minha convicção de que o blebiscito vem aí.

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