terça-feira, 3 de abril de 2007

Deu no jornal

Três notícias

Comento três notícias de jornal contrárias ao Maranhão do Sul. As três demonstram a fragilidade de quem aborda o assunto e se coloca contra a criação do novo estado por absoluta falta de aprofundamento sobre o assunto.
No primeiro caso, a necessidade de defender os interesses do governo central que representa, levou o parlamentar a se contradizer ao votar contra o projeto Maranhão do Sul.
Em dois outros casos, o hábito de escrever, e escrever bem, causa a facilidade de expressar pensamento em letras de forma, mesmo que o conhecimento de causa seja mínimo. No caso do Maranhão do Sul, nós de cá, reclamamos o mínimo de atenção às causas profundas que nos animam a lutar pela emancipação do sul do Maranhão.


Mercadante se contradiz



Pergentino Holanda, o mais comentado colunista social do Maranhão, que antes se manifestara contrário ao Maranhão do Sul, reproduz palavras do senador Aloízio Mercadante, de São Paulo, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, justificando o único voto contrário ao projeto do senador Lobão: "A criação de novos estados sempre implica em novos gastos para a montagem de toda a estrutura dos três poderes estaduais. Por isso tenho dúvidas se esse é o melhor caminho para uma região já tão carente de recursos."
Se o senador paulista tivesse invertido as premissas do argumento certamente perceberia a contradição do sua afirmação. Se a região é tão carente de recursos por que negar-lhe o mínimo de investimentos públicos? Reforça este argumento saber que tais investimentos públicos em região com vocação para o desenvolvimento econômico atrairão muitos outros investimentos do setor privado, o verdadeiro agente de desenvolvimento em economia de mercado.



Intelectuais precisam refletir sem sentimentalismo


Antônio Carlos Lima, um dos mais destacados jornalistas do Maranhão, volta à carga contra o Maranhão do Sul, dizendo que o projeto é capaz de alterar não só o mapa, mas os destinos do Maranhão. Mal sabe o jornalista que é exatamente este o objetivo do projeto Maranhão do Sul: alterar o mapa para poder alterar os destinos do Maranhão. Transformar o Maranhão em dois estados para acelerar o desenvolvimento de ambos.
De todos os argumentos de Antônio Carlos Lima o que de fato surpreende em inteligência tão brilhante é a cândida pergunta:

Afinal, o que um governador do "Maranhão do Sul" poderia fazer pela região que o atual governador do Maranhão estaria impedido de realizar?
Até parece aquela pergunta, que por respeito ninguém responde, de pobre mulher desprezada:
"O que ela tem que eu também não tenha?" Brincadeira à parte, cada homem ou mulher de Imperatriz e da região seria capaz de dar infinitas respostas a pergunta tão bisonha, que, contudo, poderiam ser resumidas na simples frase. Tudo, jornalista. Tudo.


Intelectuais de São Luís estariam se arregimentando para desacreditar o projeto de criação do Maranhão do Sul. Joaquim Itapary, presidente da Academia Maranhense de Letras, vai fundo no sentimentalismo para dizer que o Maranhão é um só.
Entristecido, lamenta o desejo dos de cá de serem artífices de seu próprio destino. Vivíamos em paz e agora vêm esses políticos promover a cizânea entre nós, contrariando Goçalves Dias quando proclamou em versos:

Nosso céu tem mais estrelas, nossas várzeas têm mais flores, nossos bosques têm mais vida.
Nossa vida mais amores.

E pergunta repreendendo: Por que, meu Deus, essa divisão maluca?
Seria preciso que o nobre presidente da AML viesse para cá e se tornasse um dos nossos para entender o porquê desse desejo de emancipação. Mesmo de lá, Joaquim Itapary, por seu conhecimento de administração e economia, com pequeno esforço de compreensão do tema abordado, jamais deixaria de reconhecer que a divisão é boa para os dois lados, os dois estados do Maranhão.
Assim também descobriria que não há cizânea entre nós maranhenses de cá e de lá e que continuaremos com mais estrelas no céu, mais flores nas várzeas, mais vida nos bosques e com muito mais amores.

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