domingo, 6 de maio de 2007

Deu no jornal

Dois Estados do Maranhão

"O Estado do Maranhão" continua a publicação de artigos de opinião sobre a divisão do Maranhão em dois estados. Hoje, domingo, depois do artigo do desembargador Milson Coutinho, comentado neste blog, sai artigo deste editor com o título acima. É louvável a iniciativa do jornal em incentivar o debate sobre o tema que está no foco de interesse dos maranhenses.

Do nosso artigo, transcrevo alguns tópicos abaixo, sem aspas.

A vivência da população sul-maranhense nos graves problemas que nos atingem não nos autoriza a ver no projeto de criação do Maranhão do Sul qualquer viés puramente separatista em relação ao Maranhão. Melhor dizendo, não é por simples desejo de separação ou de não pertença ao Maranhão que defendemos a emancipação do Maranhão do Sul. Não há preconceito contra o Maranhão. Não alimentamos qualquer ressentimento contra os políticos do Maranhão, muito menos contra o seu povo e sua rica história e esplêndida cultura. Afinal também somos parte delas, ainda que diferenciados.


Não é por ressentimento que desejamos ter governo próprio de um novo estado federado, desmembrado do Maranhão. Não é porque historicamente a Região tenha sido abandonada pelos governantes da ilha-capital. Nem porque a maior parte dos investimentos públicos do estado tenha se concentrado em sua bela capital. Nem mesmo quando eles parecem quase supérfluos e poderiam ter sido direcionados para todo o interior do estado, como centenas de milhões de reais destinados ao aterro do Bacanga, à transformação do córrego da Jansen em lagoa vizinha da praia, ou mesmo à construção do estádio Castelão, quando já existia o estádio municipal. São Luís merece muito mais.


Repetindo, por necessário, digo que não é de retaliação o sentimento que anima a população do Maranhão do Sul. O desejo de emancipação nasce da certeza de que a divisão do Maranhão em dois estados é benéfica para os dois lados. Dois Estados do Maranhão vão gerar duplo investimento público. Mais investimentos privados serão atraídos pela nova unidade político-administrativa. Levas de migrantes em busca de oportunidades se dirigirão para cá, como foi no passado recente. Uma nova cultura se consolidará sobre aquela que se está formando rapidamente nestas plagas do sul do Maranhão.

O nome do novo estado não será inventado, nem será “Paraná do Norte”, por atração do rico estado sulista. Conserva o nome do Maranhão, bonito e sonoro. O gentílico continuará o mesmo, aditado de um prefixo específico.


Eis porque convido os intelectuais do Maranhão, que expressaram posição contrária ao Maranhão do Sul sob alegação perfunctória de que o Maranhão é indivisível, a não fazerem o jogo da mídia do “sul-maravilha”, sempre preconceituosa contra o Norte e Nordeste do país. Deixem que eles façam suas campanhas irônicas e depreciativas sobre o Maranhão do Sul. Já fazem o mesmo quanto ao Maranhão, ao Piauí e a todos os outros estados do lado mais pobre do Brasil. Lembrem-se da campanha contra a Ferrovia Norte-Sul, a grande linha de integração nacional que teve a “infelicidade” de ter sido idealizada pelo presidente maranhense José Sarney, a quem o “paulista” Lula já pediu perdão. Vençamos a tentação do preconceito sulista, reproduzido com a força gigantesca da grande mídia.


Juntemo-nos todos, cinco milhões de maranhenses, para proclamar a divisão administrativa e política do nosso grande estado em dois, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento para o qual somos predestinados.


Nós, sulmaranhenses (se os gramáticos nos permitirem grafar o gentílico sem o
hífen), rogamos aos intelectuais do Maranhão que examinem nossos propósitos sem sentimentalismo e olhem seus conterrâneos de cá sem preconceito que não alimentamos contra os de lá.


Admitam, se não for demais pedir a inteligências tão brilhantes, que dois Estados do Maranhão poderão fazer muito mais e melhor pela população do que apenas um. Acelerar crescimento é o queremos. Apenas isso. Sabemos que reunimos todas as pré-condições necessárias ao pleno desenvolvimento. Vocação para tanto não nos falta.


Continuaremos brasileiros e maranhenses. Não temam. Depois de criado o Maranhão do Sul, nosso céu continuará com mais estrelas, nossas várzeas com mais flores, nossos bosques com mais vida e nossa vida muito mais amores.

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